Pesquisar este blog

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Como fazer uma Dissertação de Mestrado em Informática na Educação: Uma análise reflexiva sobre a ironia do processo


UFSC-CTC-INE

ABSTRACT
(lembrar de fazer depois)

Introdução
Após acompanhar o processo de desenvolvimento de várias dissertações de mestrado e várias bancas avaliadoras, após conversar com alguns colegas e perceber que todos enfrentam situações semelhantes com seus orientados, chegamos à conclusão de que seria necessário escrever um pequeno ensaio sobre o processo de realização de um mestrado, especificamente na área de informática na educação.
Este trabalho utiliza a ironia, o que para quem não sabe, é uma forma de discurso que busca usar o humor para trazer uma mensagem. Como existe muita gente sem senso de humor é necessário deixar bem claro que os conselhos deixados abaixo não são para ser seguidos em sua forma literal.
Eles trazem mensagens implícitas, que se você olhar com discernimento poderá perceber fatos e situações que acreditamos são quotidianas na vida acadêmica. Outros fatos e situações são completamente irreais, mas nós os achamos engraçados e incluímos assim mesmo.
Este trabalho é direcionado aos estudantes de mestrado, especialmente aos de informática na educação, que poderão achar aqui excelentes dicas sobre o que não se deve fazer durante o mestrado.
Não pretendemos aqui ridicularizar pessoas reais, mas se você se identificar com alguma das situações descritas abaixo, bem... quem mandou você agir assim? Não nos culpe!

O Processo de Orientação

Como se Comunicar com o Orientador
Durante o mestrado é interessante que você desapareça por uns três ou quatro meses, e depois telefone para o seu orientador, de preferência em um sábado à noite ou domingo pela manhã, para dizer que está desesperado com o seu trabalho. Orientadores adoram ouvir que seus alunos estão desesperados. Isso os deixa satisfeitos, pois cumpriram seu primeiro dever, que é o de desesperar os alunos. Você já deve ter percebido isso, quando após a primeira conversa seu orientador lhe passou 45 artigos em inglês e 2 livros em eslovaco para
você ler e apresentar uma análise crítica em duas semanas.
Bem, depois de ficar feliz com sua condição atual, seu orientador vai perguntar o que você fez nestes três ou quatro meses. Diga que você não teve muito tempo (ou seja, nenhum tempo) para dedicar à dissertação porque:
a) O serviço na firma tem lhe ocupado muito;
b) Você viajou muito;
c) Você teve problemas em casa;
d) Você está com fobia de dissertação e a psicóloga ainda não conseguiu
tratar isso;
e) O cachorro comeu seu trabalho; ou
f) Qualquer outra desculpa esfarrapada.
Outra forma interessante de abordar seu orientador é lhe enviar um e-mail e quinze minutos depois ligar para ele perguntando se ele leu o seu e-mail. Como ele certamente não leu, porque estava fazendo coisas menos importantes, isso já o deixa na defensiva.
Mas se você realmente quer ficar por cima, faça o seguinte:
a) Envie e-mails para seu orientador a partir de um endereço falso. Sempre que ele tentar responder, vai receber seu e-mail de volta.
b) Telefone para o escritório dele nos horários em que você sabe que ele está em aula. Faça isso durante umas duas semanas. Deixe sempre recado para ele retornar a ligação e um número de telefone que não existe.
c) Finalmente, descubra quando seu orientador viaja e vá ao seu escritório nestes dias. Reclame com todo o mundo que você nunca o encontra e que ele não responde os seus e-mails nem seus telefonemas.
Pronto, você já conseguiu um respeito profundo pelo seu orientador e a partir de agora ele vai deixa-lo em paz.

O que Ler
Quando o orientador exigir que você leia alguma coisa, não faça isso. É melhor tentar tirar a dissertação da sua imaginação, pois a leitura de textos científicos pode poluir suas idéias com coisas estranhas como "estado da arte", "trabalhos relacionados", etc. Lembre-se, não estamos interessados em arte, nem em relacionamentos, mas em informática na educação.
Se o orientador lhe pedir para ler alguma coisa em inglês, diga que isso leva muito tempo e exija bibliografia em português. Sempre existe alguma tão boa quanto, mesmo que seja de 15 anos atrás.
Outra coisa fundamental: jamais leia qualquer material que tenha menos de 10 anos de idade. Lembre-se que o tempo traz a maturidade. Assim, as idéias de 10 anos atrás são muito mais sólidas do que qualquer coisa que foi publicada semana passada. Uma bibliografia bem antiga e respeitável: isso é o que dá substância a uma dissertação na área de computação.

O Título da Dissertação


O título da dissertação é um ponto muito importante. É a primeira coisa em que o leitor vai colocar os olhos. Portanto, faça ele grande. Três linhas de texto e não se aceita menos! Coloque no título toda a informação possível sobre o seu trabalho. Mesmo que o trabalho depois acabe sendo desenvolvido de uma forma diferente que não tenha nada a ver com o título, é absolutamente proibido mudar o mesmo, e você deve mantê-lo a todo o custo. Muitos alunos perguntam se podem mudar o título do trabalho depois que registraram o projeto no seu ingresso no mestrado e a resposta é claramente "NÃO!".
Sobre o formato do título, ainda é importante frisar que ele deve ter obrigatoriamente dois pontos (":") em algum lugar, dividindo o título principal do subtítulo. Você viu o título deste artigo? À guisa de exemplo, considere a correta colocação dos dois pontos no título abaixo:
"Influência da salivação das formigas nas rachaduras das calçadas: um estudo comparativo entre os métodos de diagonalização simples e triangulação complexa"
Você não sabe, mas o título deste artigo tinha apenas duas linhas. Isso não é desejável, mas colocado em fonte 20, como fizemos, conseguimos o efeito apropriado, com o texto em três linhas.
Outra forma muito elegante de usar os "dois pontos" é quando você desenvolveu um software/modelo/proposta/etc., que tenha como nome uma sigla engraçadinha. Coloque o acrônimo antes dos dois pontos e o nome por extenso logo depois. É possível ainda adicionar um subtítulo, mas a maioria vai achar suficiente apenas o acrônimo e sua explicação por extenso. Veja o exemplo abaixo:
"PATETA: Parâmetros Associados de Testes Empíricos para Tratamento Alternativo"
Observação: a palavra "empírico" é muito empregada em dissertações na nossa área. Procure usa-la sempre que possível. "Dialético" também é importante; mesmo que você não saiba o que é isso, use!
Se você for louco para publicar seu trabalho em inglês, use siglas charmosas como: "SHIT: Software & Hardware Integration Technology", ou "CACA: Computer-Aided Cognitive Adaptation".
Se você não conseguir produzir um título longo, use o algoritmo a seguir.
Escreva o assunto. Ex.: "Hipermídia adaptativa"
Acrescente no início: "um modelo de". Ex.: "Um modelo de hipermídia adaptativa".
Acrescente no fim: "para uso no processo de ensino/aprendizagem". Ex.: "Um modelo de hipermídia adaptativa para uso no processo de ensino/aprendizagem".
Acrescente no início: "um estudo prático visando uma proposta de". Ex.: "Um estudo prático visando uma proposta de um modelo de hipermídia adaptativa para uso no processo de ensino/aprendizagem".
Acrescente no final o famigerado "dois pontos" e a frase "uma nova abordagem". Ex.: "Um estudo prático visando uma proposta de um modelo de hipermídia adaptativa para uso no processo de ensino/aprendizagem: uma nova abordagem".
Use todas as regras ou apenas um sub-conjunto delas. Tanto faz! Você está chegando lá...

Tempos Verbais


Todos sabem que uma dissertação de mestrado é um trabalho individual. Por isso use sempre o plural majestático. Veja abaixo alguns exemplos interessantíssimos:
"Nossa proposta visa construir um sistema que..."
"Acreditamos que a interação dos alunos com o sistema..."
"Nós vos concedemos o título de Sir ..."
Outra coisa que dará muita credibilidade ao trabalho é o uso da mesóclise pronominal. Seguem exemplos:
"A experimentação do processo far-se-á através de..."
"Nossas hipóteses confirmar-se-ão após..."
"Fi-lo porque qui-lo.

O último exemplo não consiste de uma mesóclise, mas mostra o efeito fantástico que se pode obter usando ênclise no final de uma frase. É de muito bom gosto e elegância.
Outra coisa, que você já deve ter observado, se leu uma dissertação em informática na educação, é que primeiro parágrafo da introdução deve ter necessariamente um adjetivo megalomaníaco, que mostre a grandeza do seu trabalho. Seguem exemplos:
"O impressionante crescimento da Internet nos últimos anos..."
"É cada vez maior o interesse pela informática na educação..."
"A cada dia mais e mais pessoas se conectam ao maravilhoso mundo da era digital..."
Segue normalmente ao parágrafo com o adjetivo megalomaníaco um parágrafo ressaltando as famigeradas "novas tecnologias". Todos sabem que essas "tecnologias", sejam quais forem, tem mais de 20 anos, mas como você está

O Editor de Texto


Uma vez um mestrando de alhures me procurou durante um congresso e perguntou se a "tese" deveria ser escrita com Latex. Eu perguntei o porquê da questão, e ele me disse que o orientador dele achava que assim o trabalho ficaria mais "científico" do que se ele usasse o Word. A resposta nesse caso é que o orientador dele está redondamente enganado! O motivo para usar Latex é que assim ele vai levar tanto tempo para editar o texto que seu mestrado vai durar bem mais que os 18 meses recomendados pela CAPES e assim ele pode
manter a bolsa por mais tempo.

A Estatística
Você já deve ter ouvido falar que a estatística é nossa amiga. Isso é verdade. Aplicando os questionários certos da forma certa você pode provar qualquer coisa que queira.
Apenas para exemplificar, conta a lenda que um especialista em marketing resolveu fazer uma pesquisa para saber se as pessoas costumavam responder questionários enviados para suas casas. Ele elaborou um belo questionário onde a principal pergunta era se a pessoa costumava responder questionários enviados à sua casa. De 1000 questionários enviados pelo correio ele recebeu de volta apenas 50, dos quais 49 responderam "sim" a esta pergunta. A conclusão, a partir do material recebido, era que 98% (49/50) das pessoas
costumam responder questionários enviados a suas casas.
Portanto, quando você quiser avaliar seu software educacional, faça um questionário para os alunos com perguntas do tipo "você gostou do software?" (eles sempre gostam), "você acha que iniciativas deste tipo deveriam ser feitas mais seguidamente?" (todos respondem que sim, porque enquanto estão brincando com o software não estão tendo aula), "você aprendeu alguma coisa com este software?" (todos respondem que sim. Ninguém admite que não aprendeu nada para não passar vergonha. É como aquelas pessoas que riem sem entender a graça da piada. Você já percebeu que a quantidade de gargalhadas é sempre maior e seu volume mais alto quando a palestra é em Inglês?), etc.

Os Capítulos


Toda dissertação de mestrado em informática na educação se divide em quatro ou cinco capítulos. A seguir passamos a analisar cada uma das partes constitutivas em suas características próprias.

A Introdução
O primeiro capítulo da dissertação deve ser a introdução. Neste capítulo você deve fazer um longo apanhado de toda a história da informática na educação no Brasil e no mundo. De preferência inicie na pré-história. Se você não sabe nada sobre o assunto, não tem problema. Copie de outra dissertação. A banca vai adorar ler e vai aprender um pouco sobre este importante assunto tão atual "neste final de milênio". (Isso mesmo! Ainda hoje, em 2002, saem textos assim.)
Outra coisa fundamental na introdução é fazer uma defesa sobre a importância e atualidade do uso dos computadores nas escolas e como estes professores reacionários não querem saber de usar o computador porque "tem medo". Nunca é demais repetir isso. Se você quiser também reclamar do governo que nunca dá verbas para a educação, este é o lugar para fazer isso.
Em hipótese alguma fale de seus objetivos no trabalho na introdução e nem dê pistas sobre o que você fez na dissertação. Para que adiantar informações que podem ser tranqüilamente lidas quando o leitor chegar no capítulo 4? Se o seu orientador for daqueles dinossauros que ainda pede que se escreva objetivos no capítulo introdutório, faça de forma que ninguém desconfie do assunto da dissertação. Abaixo são citados alguns objetivos genéricos que você pode perfeitamente usar em seu trabalho. Não se importe em copiar, afinal texto é para ser copiado mesmo:
"Nosso objetivo é melhorar a qualidade do computador na escola";
"Nosso objetivo é aprimorar nossos conhecimentos nessa importante área";
"Nosso objetivo é trazer uma contribuição para essa área tão fundamental".
Existe um tipo de orientador ainda mais reacionário que pede "objetivos específicos". Os objetivos específicos servem apenas para uma coisa: para deixar o mestrando fulo da vida porque tem que escrevê-los. Nós realmente recomendamos que você escreva objetivos específicos, porque a banca vai pedir. Ou você pode usar isso como bode (fig. 1), deixando de escrever os objetivos específicos para que os membros da banca não percebam outros
problemas mais graves no seu trabalho.

Figura 1: O Bode – o bode é um erro grosseiro inserido de propósito em um trabalho que impede os avaliadores de encontrarem os verdadeiros erros importantes.
Em hipótese alguma os objetivos específicos devem trazer alguma informação sobre o trabalho. Use como objetivos específicos uma listagem daquelas atividades que são óbvias em qualquer dissertação. Dê a elas um grau de importância maior usando alíneas com figuras complexas como carinhas risonhas e, se possível, coloridas. Exemplo de objetivos específicos:
  • Estudar o assunto;
  • Implementar o protótipo;
  • Colher resultados;
  • Escrever a dissertação;
  • Agradar a banca.
Outra forma de causar um excelente impacto com o seu trabalho é usar e abusar das partículas "re" entre parênteses para que uma palavra possa ser lida de duas formas. Segue um exemplo: "Neste trabalho queremos (re)pensar a educação para (re)elaborar e (re)organizar esta área de forma a (re)alizar uma significativa contribuição."

Revisão Bibliográfica
A lei de ouro da dissertação em informática na educação estabelece o seguinte:
"Toda dissertação de mestrado em informática na educação deve ter como capítulo 2 um apanhado da teoria de Piaget e Vigotsky"
Lembre-se, essa regra é fundamental. Algumas dissertações mais antigas apresentavam apenas Piaget no capítulo 2. Hoje é inaceitável um trabalho que não resuma Piaget e Vigotsky. Mesmo que você não seja da área, nunca tenha ouvido falar nestes caras, e não vai usar nada deles na sua dissertação, é importante que você os cite, senão os pedagogos podem achar que o seu trabalho não tem fundamentação.
Aliás, a regra de prata, que sempre acompanha a regra de ouro diz o seguinte:
"O capítulo 2 é o único lugar da dissertação onde Piaget e Vigotsky são citados"
Isso implica que a partir do capítulo 3 você deve esquecer completamente estes camaradas. Isso vai ser mais fácil se você procurar não entender o trabalho deles quando estiver copiando aqueles longos parágrafos do livro "Para entender Piaget" ou "Vigotski for dummies". Não se preocupe também com o fato de que as teorias de Piaget e Vigotsky serem contraditórias em muitos pontos. Afinal, isso é problema dos psicólogos. Se você é formado em computação e durante o projeto alguém questionar como você vai absorver estes conhecimentos de outras áreas, diga que você tem uma tia que é psicóloga e que ela vai lhe passar estes lances.

Desenvolvimento
O capítulo com o desenvolvimento do trabalho deve ser o mais curto possível. Nunca pode ocupar mais de 10% da dissertação. Na nossa área é importante que os trabalhos não sejam práticos. Análises, comparações, avaliações, etc.: estas são as palavras chave. "Metodologia" também é uma palavra excelente para produzir nada. Veja os exemplos de desenvolvimento abaixo:
"Uma análise comparativa entre X e Y" - não faça comparação nenhuma. Apenas descreva X e Y separadamente. Não tire conclusões.
"Avaliação do processo Z". Avalie de acordo com a sua cachola. Nada de usar metodologia de avaliação. Afinal você não encontrou nenhuma na bibliografia que você não leu.
"Uma proposta de metodologia para W" - proposta de metodologia é um desenvolvimento excelente para sua dissertação. "Proposta" significa que você não se compromete em desenvolver nada; está apenas propondo.
"Metodologia" significa que você realmente não vai produzir nada mesmo. Escreva um "blá-blá-blá" e se alguém se queixar diga que esta é a sua metodologia. Se algum xarope insistir em reclamar, mande olhar no texto: "a metodologia está descrita lá", você vai dizer, "é apenas uma proposta".
Seguindo estes conselhos seu trabalho será um legítimo AMUTS, ou seja, "Apenas Mais Um Trabalho Sobre..." (adaptação livre do termo inglês YAPA - Yet Another Paper About...).
Sempre que você não souber como resolver um determinado problema em seu trabalho diga que vai usar "técnicas de IA (Inteligência Artificial)". Ninguém se importa em saber quais são estas técnicas, nem você. Quando chegar a hora é só pegar o livro da Elaine Rich e achar ali alguma "técnica" que lhe ajude a resolver o problema de encontrar o último número primo. "Use a força bruta", dirá o livro. Então você pode começar a espancar sua dissertação com violência.

Capítulo das Conclusões
O capítulo de conclusões é de extrema importância para uma boa avaliação de uma dissertação de mestrado. Os membros de bancas somente lêem os objetivos e as conclusões da dissertação para ver se uns batem com os outros. Por essa razão, os objetivos só podem ser escritos após as conclusões que, aliás, devem ser o menos conclusivas possível.
Lembre-se que depois que Moisés desceu da montanha com as duas tábuas da Lei contendo os dez mandamentos, tudo o que se seguiu tornou-se difuso e relativo, inclusive as interpretações dos dez mandamentos (Diz a lenda que eram 15 mandamentos em 3 tábuas de pedra, mas como era desajeitado para carregar Moises deixou cair uma no caminho). Reforçando: evite, a todo custo, ser conclusivo, permitindo diferentes interpretações por parte da banca, podendo usar para tanto desculpas na linha de não ser partidário de
radicalismos, não ser fundamentalista etc.
Se for absolutamente indispensável que sua dissertação apresente conclusões realmente conclusivas, siga o procedimento adotado por experimentados avaliadores de cursos de pós-graduação, um segredo acadêmico conhecido por poucos experimentados pesquisadores. O procedimento é constituído por três passos:
a) Estabeleça as conclusões, de forma a agradar plenamente a banca examinadora, sem criar complicações para você;
b) Gere os dados e observações que serão usados para justificar as conclusões estabelecidas no passo anterior; e
c) Por último, descreva uma metodologia que leve, de maneira "racional", das observações às conclusões.
Esse procedimento já foi usado com sucesso em inúmeros trabalhos, justificando conclusões como:
"A aranha, sem pernas, fica surda, pois não pula mais quando a gente manda"
Um último conselho: produza o abstract com um tradutor automático sobre o resumo e não o revise, ou melhor, nem mesmo o leia. É um excelente bode (ver fig. 1)!

As Referências Bibliográficas
As referências bibliográficas são de extrema importância para a credibilidade acadêmica de seu trabalho. Se tudo o que você disser em sua dissertação estiver respaldado em adequadas citações de autores respeitados, seu trabalho será considerado de bom nível acadêmico, mesmo que não contenha nenhuma idéia original. Colocar idéias originais na dissertação, sem o respaldo de que essa mesma idéia já foi registrada por algum autor consagrado, pode ser extremamente perigoso. Os membros da banca estarão atentos para essa situação e pegarão no seu pé.
Muitos orientadores insistem em que seus alunos listem as referências bibliográficas em ordem alfabética do sobrenome do primeiro autor. Não faça isso! Apenas para criar caso invente uma ordem qualquer, pois membros de bancas de mestrado, normalmente, procuram verificar se as referências do texto constam da bibliografia. Para que facilitar o trabalho deles?
Uma providência que pode facilitar muito a sua vida, na hora da defesa, é colocar nas referências bibliográficas artigos de autoria de membros da banca.
Você pode encontrar essas referências consultando a plataforma Lattes do CNPq, que deverá conter o currículo atualizado dos membros da sua banca. Se os membros da sua banca não têm seus currículos na plataforma Lattes, então você começa a ter razões para se preocupar.
Outro lance que pode impressionar a banca é colocar nas referências bibliográficas o nome de um figurão da área e, em lugar da referência do livro ou artigo, um lacônico "comunicação pessoal", seguido de uma data. No meio do texto lembre-se: jamais ler os originais, use sempre "apud", se um texto é bom o suficiente para ser citado por alguém, certamente será ótimo quando você o citar de novo sem ler a fonte original.

O Texto Final

Para defender a sua dissertação, você precisa escrever o texto final, que será distribuído para os membros da banca e se constituirá na peça central de sua acusação e execração pública. Esse documento deve ser redigido dentro de normas e preceitos rígidos, estabelecidos pela metodologia científica, para ser respeitado como tendo um mínimo valor acadêmico.
Alguns alunos começam, precoce e furiosamente, a produzir páginas e páginas de texto, que somente vão contribuir para aumentar sua frustração quando o orientador mandar retirar essas páginas do texto final. "Puxa! Depois de todo o meu trabalho, não vou aproveitar esse texto?". O melhor é evitar de escrever qualquer coisa antes de ter uma idéia completa da dissertação, do que deve ser escrito e do que não deve ou não precisa ser colocado, ou por ser óbvio ou muito trabalhoso de escrever. Com essa idéia clara, você não vai precisar mais
do que uma semana para passar tudo para o papel!
Ao longo do processo de orientação evite a todo o custo passar qualquer coisa escrita para seu orientador, pois isso só lhe criará problemas adicionais. Use desculpas clássicas, como: "só falta descrever o protótipo", "falta fechar a bibliografia", estou revisando a ortografia", ou, até, "não consegui imprimir".
Quando, finalmente, você passar o texto completo para seu orientador, duas semanas antes da data marcada para a defesa, será tarde demais para ele solicitar qualquer alteração que não seja superficial. Imponha sua decisão, personalidade e independência: afinal, você é, praticamente, um Mestre!

A Defesa da Dissertação
Normalmente uma dissertação é apresentada em 50 minutos. É fundamental que você divida a apresentação em pelo menos oito partes e gaste 45 minutos inteiros na primeira parte. Você vai poder perceber como a banca estará relaxada quando após 45 minutos você disser "agora que vimos a introdução vamos dar uma olhada no que dizem os 81 autores citados na revisão bibliográfica".
Lembre-se de abusar das transparências. O mínimo para 50 minutos de apresentação é 100 transparências. Como você vai gastar 45 minutos nas cinco primeiras, restarão apenas 5 minutos para as 95 restantes. Assim, você poderá apresentar o grosso do trabalho a uma taxa de aproximadamente 3 segundos por transparência. Reclame que teve pouco tempo para apresentar.
Uma história verídica relata que uma vez um candidato reclamou que não poderia falar tudo o que ele sabia em 50 minutos. O presidente da banca foi direto: "Então fale BEM DEVAGAR E PAUSADAMENTE!".
Depois da sua apresentação, tenha paciência. Este é o momento de glória dos membros da banca. Cada um vai agradecer o convite, lhe dar os parabéns pela escolha do tema, tão difícil, desafiador e multi-disciplinar, e em seguida vai tentar reduzir você a cinzas. Cada erro, cada vírgula de seu trabalho, que não estiver de acordo com a opinião da banca será delatada em público. Neste ponto é importante observar que você deve se lembrar sempre de colocar "bodes" no trabalho, ou seja, aqueles pequenos erros grosseiros na forma, na paginação ou nas referências bibliográficas, que fazem com que os membros da banca se satisfaçam em delatar a sua incapacidade em escrever um texto bem acabado e não percebam os erros muito mais profundos e importantes que o seu trabalho realmente possui. É muito mais fácil arrumar um bode do que um erro real.
Você já viu alguma vez um membro da banca dizer simplesmente: "Seu trabalho está muito bom! Pode ser aceito como dissertação de mestrado e encerro aqui a minha fala."? Não! Neste momento os membros da banca sempre têm algum defeito a apontar, mesmo que seja imaginário. Se você fosse membro de uma banca avaliadora você se sentiria bem se não
encontrasse nenhum erro? Não! Isso provaria que o candidato ao mestrado é mais inteligente do que você. Isso não pode acontecer em hipótese alguma.
Por isso é que os avaliadores se esmeram na leitura do trabalho até encontrarem um erro. Então eles têm o que falar da defesa. Concluindo: não esqueça do bode! (ver fig. 1)
A Impossibilidade da Aprovação sem Observações Existe uma prova matemática de que um membro de banca sempre pode ter o que reclamar em uma dissertação. A seguir faremos a demonstração:

Seja a o número de capítulos de sua dissertação. Seja b um número inteiro entre 1 e a: 1 d b d a. Seja f(b) o número de páginas no capítulo b, onde f(b) e 1.

Seja x um número irracional positivo, que chamaremos de limiar de intolerância do membro da banca. Seria absurdo se este número fosse inteiro ou fração, portanto, por redução ao absurdo, só pode ser irracional.

Para qualquer valor de f(b), se f(b) < x o membro da banca dirá que o capítulo b está muito curto, para qualquer b.

Se f(b) > x o membro da banca dirá que o capítulo b está muito longo, para qualquer b.

É impossível que f(b) seja igual a x porque x é irracional e f(b) é inteiro.

Portanto o membro da banca sempre terá muito o que dizer sobre a sua dissertação. ¤ C.Q.D.

Se sua dissertação também tiver alguma demonstração como essa, não esqueça de mudar a fonte das variáveis para "symbol". Letras gregas sempre dão muito mais confiabilidade às suas provas. Apenas certifique-se de saber como pronunciar o nome da letra, para não passar vergonha na hora da defesa.

Como Saber se um Membro da Banca não leu a sua Dissertação
É fácil saber se um membro da banca não leu a sua dissertação. Em geral, ele não vai abordar questões de conteúdo; vai se prender a observações sobre o resumo, o tamanho dos capítulos, a quantidade de referências bibliográficas, e vai perguntar onde você pretende aplicar este trabalho depois que for concluído.
Quando você perceber que um membro da banca não leu seu trabalho, você tem duas possibilidades:
a) Desmascará-lo em público, perguntando o que ele achou sobre a quadratura do círculo que você não escreveu na dissertação. Quando ele disser que achou o relato interessante você diz: "Há! Eu nunca falei sobre isso no texto!".
b) Aceitar o fato e deixar seguir o baile.

Como a primeira opção pode acabar em uma anulação da defesa, ou pior, nas vias de fato, cremos ser melhor você optar conservadoramente pela segunda opção. Mas nunca deixe de comentar este fato com seus amigos nas rodinhas de cerveja: "Lembra do professor Fulano? Pois é! Ele nem leu minha dissertação, mas achou ótima!".

Depois de Formado
Depois de formado, nunca admita que você trabalha com informática na educação, a não ser que você queira ouvir do seu interlocutor tudo o que ele sabe sobre esse assunto, que o sobrinho dele de 13 anos fez um programa para ensinar, e que ele manja tudo de informática na educação, que sabe mais que os doutores da universidade, etc.
Ao invés disso, invente nomes esotéricos para sua área de pesquisa, como "matética computacional", "semiótica da telemática", "cognição multi-evolutiva", "maiêutica transcendente" etc. Ninguém vai querer seguir uma conversa se você disser que está aplicando técnicas de hipo-renderização bi-polinomial em assíntotas de marcações não-lineares. Se você quiser realmente espantar a pessoa ofereça-se para entrar em detalhes.
Jamais use termos de uso comum como "inteligência artificial" ou "realidade virtual". Infelizmente os não iniciados já se apropriaram destes termos, a partir de filmes de Hollywood. Se você entrar numa discussão sobre estes assuntos com eles você vai arrumar uma úlcera.
Finalmente o trabalho futuro! Você deve imediatamente após o mestrado engajar-se em um programa de doutorado para agradar a banca que tanto quer ver seu trabalho ter continuidade. Mas lembre-se, assim como o curso superior serve para dar direito a cela especial, o doutorado tem uma serventia muito importante: quando, em uma discussão, alguém lhe impuser sua posição dizendo disser "Eu sou doutor!", você pode responder "Grande coisa! Eu também sou!".

Bibliografia
Procuramos durante 15 minutos na Internet e não achamos nenhum artigo sobre esse tema. Concluímos, portanto, que o assunto é inédito e este é um trabalho pioneiro.



 

Como fazer uma Dissertação de Mestrado em Informática na Educação: Uma análise reflexiva sobre a ironia do processo

Raul Sidnei Wazlawick, Dr.

(Autor especialmente convidado: Luiz Fernando Jacintho Maia, Dr.)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Desenvolvimento de soluções móveis corporativas

O conceito de Cloud Computing, que teremos oportunidade de explorar em outros artigos, trouxe aos dispositivos móveis uma forte demanda por soluções de negócios.
Não estou me referindo aos já consagrados aplicativos de e-mail, GPS, SMS e nem às antigas soluções off-line de captação de pedidos. A demanda agora é por soluções de negócios inseridas em processos de negócios essenciais da corporação e em tempo real.
A popularidade e o ganho de escala de dispositivos móveis baseados em Windows Mobile, iOS , RIM e Android dão a esse seguimento um caminho sem volta pois os chamados smartphones viraram poderosos computadores nas mãos dos profissionais que agora querem usá-los além do e-mail.
A entrada no mundo da mobilidade corporativa traz grandes desafios que merecem estudo, planejamento e escolha adequada das tecnologias e arquiteturas a serem utilizadas.
Ao construir e implantar uma aplicação móvel corporativa, é importante lembrar que em muitos aspectos, os desafios são idênticos àqueles que já existem para as empresas e vendedores de software que buscam oferecer soluções em Cloud Computing (Computação na Nuvem).
As duas opções de desenvolvimento são:
  1. Soluções baseadas em Mobile-Browser (WEB-Estática) ou
  2. Soluções Rich Internet Applications (RIA).
Do ponto de vista do usuário

A opção Mobile-Browser traz como desvantagem a limitação de recursos, a baixa funcionalidade na interface o que fatalmente gerará um maior esforço do usuário para completar suas operações.
A opção RIA (Rich Internet Application), por sua vez é sem dúvida a escolha do usuário, pois  traz maior conforto e produtividade, pois como o próprio nome diz traz uma interface rica através da internet, diferente da solução WEB Estática, baseadas em telas de browser com formulários e botões de “Submit”.

Do ponto de vista do desenvolvedor

A opção Mobile-Browser traz uma grande vantagem para o desenvolvdor que é a compatibilidade entre os Sistemas Operacionais (SOs) lideres citados anteriormente. Um único desenvolvimento com pequenos ajustes podem ser suficientes para estar apto em todos os principais SOs. Portanto é uma opção natural dos desenvolvedores, que buscam agregar menores custos ao desenvolvimento.
Para uma solução RIA, a preferida dos usuários, temos uma série de novos desafios nascidos do fato de que dispositivos móveis demandam aplicações de software compactas que operam com baixo tamanho de banda. Isto coloca mais demandas aos desenvolvedores para produzir aplicações que sejam simples, leves e ainda funcionais o suficiente para os trabalhadores completarem suas tarefas essenciais de negócios sem ter que recorrer ao seu desktop ou notebook.

O Escopo da Solução

As aplicações móveis corporativas não devem ter o escopo de substituir totalmente os pesados sistemas atuais (back-office). Aplicações corporativas de back-office custam milhões para se desenvolver, são de longe mais poderosas e as empresas gastam muito para treinar a equipe para usar estas aplicações. Se uma tarefa não é crítica no tempo, não é escopo de uma solução móvel.
Aplicações móveis deveriam, portanto, ser consideradas como ferramentas para habilitar as equipes a completar tarefas, eliminar retrabalhos e dar agilidade aos processos. E a escolha das etapas a serem transferidas para o dispositivo móvel deve ser criteriosamente avaliada e varia de empresa para empresa.
Isso aumenta, em muito, o desafio de softwares houses e produtores de ERP que precisam pensar em soluções genéricas. Entendo que o primeiro movimento será de soluções especificas. Produtores de ERPs devem pensar em  disponibilizar um kit de desenvolvimento/customização para sua rede de canais e/ou para seus clientes. Atacar esse seguimento com soluções genéricas podem ser estratégia frustada, do ponto de vista comercial e da baixxa satisfação do cliente, devido a baixa a aderência.
Aderência no mundo desktop já é um grande problema, para soluções móveis esse problema se amplia e muito.
Além disso, as aplicações móveis precisam ser tão simples quanto possível. Usuários corporativos em movimento não terão a paciência ou a concentração para trabalhar através de diversas telas e comandos para conseguir fazer um trabalho. Eles irão simplesmente deixá-lo até que estejam em casa ou voltem para o escritório.
Uma maior produtividade nos negócios só é obtida com uma estratégia móvel inteligente que leva em conta a psicologia e as práticas do trabalho móvel.

Simplifique o Desenvolvimento

Aplicações Móveis funcionando através de Mobile-Browser ou a tecnologia Rich Internet Application (RIA) envolvem duas camadas claras – uma camada Client (cuidando da apresentação, lógica de interação e algumas lógicas de negócios), e uma camada Server (cuidando da maior parte das regras de negócios, dados e integração backend). Adicionalmente, há também uma camada Session (a camada de integração entre o Client e o Server que requer habilidades de programação do sistema).
O esforço de desenvolvimento de uma aplicação móvel típica requer a junção e o gerenciamento de um número de diferentes equipes para trabalhar nos diferentes lados da aplicação. Quando o desenvolvimento envolve a junção e coordenação de equipes separadas de programadores e linguagens de programação separadas, há simplesmente uma menor chance do resultado final ser entregue de forma rentável e rápida – sem mencionar o fato de que se torna mais desafiante entregar uma aplicação que atenda totalmente os padrões e as expectativas da empresa.

Autor: Rodney Antonio Repullo

domingo, 14 de novembro de 2010

IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS ERP EM PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

A utilização de softwares ERP (Enterprise Resource Planning) ou Gestão Empresarial por pequenas e médias empresas pode ser considerada já uma decisão estratégica para alavancar os negócios, mas também pode ser um tiro no escuro, seguindo o modismo atual do meio empresarial. Este artigo pretende lançar um pouco de luz sobre o tema, discorrendo sobre o que é um ERP e quais as exigências técnicas para colocá-lo em operação na empresa. Assim será possível avaliar as reais possibilidades de utilização por uma empresa de médio ou pequeno porte.

 

INTRODUÇÃO

Os pacotes de software ERP se difundiram entre as grandes corporações, pois aproveitam os recursos disponibilizados pelas mais modernas tecnologias como hardware para servidores dedicados, sistemas gerenciadores de bancos de dados, redes de alta velocidade entre outros. Aliado a isto, existe toda uma estrutura organizacional que pode dar respaldo às dúvidas operacionais do dia-a-dia, como para que conta contábil deva ser direcionada um lançamento de uma compra.
Nos últimos anos as pequenas e médias empresas passaram a ter acesso às mesmas tecnologias usadas pelas grandes empresas, devido ao barateamento do custo de aquisição de hardware e software, tornando viável a utilização de um sistema ERP. Porém, estas empresas direcionam seus investimentos para a atividade-fim, terceirizando as atividades como contabilidade, recursos humanos e departamento fiscal. Assim a estrutura organizacional destas empresas não tem condição de oferecer um apoio técnico suficiente para as dúvidas que surgem diariamente.
Um ERP exige de seus usuários um conhecimento mais detalhado das operações envolvidas, e numa pequena ou média empresa o usuário nem sempre tem o conhecimento técnico suficiente para compreender as exigências de parametrização. Ele dependerá da consultoria do sistema ou da contabilidade terceirizada para resolver a questão.
O objetivo deste trabalho é realizar um estudo de caso com o ERP SISGEM para avaliar o nível de atendimento dos processos existentes dentro das pequenas e médias empresas onde ele foi implantado. Isso permitirá o levantamento das informações sobre quais pontos do sistema precisam sofrer modificações ou melhorias para que o atendimento dos processos seja mais efetivo.

USO DA TECNOLOGIA

Uma das características da tecnologia é que ela é totalmente desprovida da capacidade de produzir algo por si só. É notória a existência de exemplos de instituições que realizaram altos investimentos em tecnologia, mas não obtiveram os resultados desejados (BUENO; PIMENTA III; LICASTRO, 2000). A tecnologia usada sem inteligência não só produz resultados enganosos, como também trás perda de tempo e de recursos (JESUS; OLIVEIRA, 2007), porém, a capacidade de aproveitar os recursos oferecidos pelas modernas tecnologias é crucial para a sobrevivência e sustentação no mercado, pois as organizações passam a possuir vantagens competitivas sobre seus concorrentes (ALVARENGA, 2003).

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E ERP

A tecnologia da informação ocupa um papel-chave nas empresas, pois vem sofrendo um desenvolvimento rápido para suprir informações no mais curto espaço de tempo, visto que, conforme Alvarenga (2003), a globalização e a automação dos processos produtivos também fazem parte do cenário mundial dos negócios, nos quais os concorrentes diretos também estão inseridos.
Com a necessidade de agilidade, eficiência, flexibilidade e administração dos processos empresariais, o ERP (Enterprise Resource Planning) surgiu no cenário empresarial para suprir as necessidades quanto à gestão dos negócios, valendo-se das atividades executadas por um software multi-modular desenvolvido para atuar nas diversas áreas dentro de uma empresa, permitindo uma integração de todos os processos, conforme afirmam Jesus; Oliveira (2007) e Bueno; Pimenta III; Licastro (2000). Um ERP normalmente utiliza ou está integrado a uma base de dados relacional, pois deve garantir segurança, integridade, unicidade, disponibilidade, velocidade e centralização dos dados (GUSKUMA, 1999). Dentre os módulos que um ERP deve disponibilizar destacam-se: Contabilidade, Financeiro, Estoque e Almoxarifado, Faturamento, Recursos e Talentos Humanos, Marketing, Produção Industrial (BUENO; PIMENTA III; LICASTRO, 2000).
O ERP é uma evolução do MRP (Material Requirements Planning) e do MRP II (Manufaturing Resource Planning), técnicas desenvolvidas desde a década de 1970 para automatizar os controles de suprimentos de materiais e da produção industrial. A partir das melhorias significativas que o MRP e MRP II causaram nos processos produtivos, surgiu a idéia de se fazer o mesmo em relação a outras áreas da empresa. Nesse sentido Alvarenga (2003), Bueno; Pimenta III; Licastro (2000), Guskuma (1999), e Jesus; Oliveira (2007) são unânimes em no que se refere a essas considerações.
Para implantar um sistema ERP, a necessidade de uma análise dos processos da empresa é imprescindível, além do treinamento dos colaboradores, investimentos em TI (equipamentos) e reengenharia nos métodos de trabalho (BUENO; PIMENTA III; LICASTRO, 2000).

DEFINIÇÃO DE ERP

ERP é uma arquitetura de software que tem por finalidade facilitar o fluxo de informações entre todos os setores de uma empresa, apresentando um sistema amplo de soluções e informações, utilizando para tal um banco de dados único, operando em uma plataforma comum que interage com um conjunto de aplicações integradas, consolidando todas as operações do negócio em um simples ambiente computacional acessível a todos os usuários, de acordo com os autores Alvarenga (2003), Bueno; Pimenta III; Licastro (2000) e Guskuma (1999).
Um sistema ERP deve garantir que a entrada da informação seja efetuada uma única vez, e que esta informação fique disponível a qualquer tempo para qualquer módulo que dela necessitar (BUENO; PIMENTA III; LICASTRO, 2000). Um exemplo clássico seria o cadastro de um novo cliente, cujas informações são passadas pelo representante de vendas. Ao serem informados no sistema pelo responsável do cadastramento, estes dados devem ficar disponíveis para o setor financeiro a fim de que sejam tomadas as devidas precauções quanto ao crédito que este cliente tem na praça, e assim poder liberá-lo para o faturamento. Após esta etapa, o faturamento pode lançar o pedido no sistema, usando o cadastro já existente do cliente. Caso algum item do pedido não tenha estoque suficiente para ser atendido, gera-se uma ordem de produção, que pode disparar vários outros processos, como uma solicitação de compras de matérias-primas. No fim de todos os processos, aquele pedido inicial torna-se uma nota fiscal de venda, faturada em nome do cliente informado no inicio, tudo isso sem a necessidade de redigitar qualquer informação do cliente já cadastrado.

CARACTERÍSTICAS DE SISTEMAS ERP

Conforme Souza (2000) e Souza; Zwicker (2007), os sistemas ERP possuem seis características:
1) São pacotes comerciais: A idéia básica da utilização de pacotes comerciais é atacar dois dos grandes problemas verificados na construção de sistemas através dos métodos tradicionais: o não-cumprimento de prazos e o estouro em orçamentos. Diversas alternativas têm sido usadas para atacar esse problema tais como a evolução das metodologias de desenvolvimento, prototipação, a utilização de ferramentas CASE e as linguagens e metodologias orientadas a objeto que têm como objetivo permitir a reutilização de componentes de software.
2) São desenvolvidos a partir de modelos-padrão de processos: Assim como os demais pacotes comerciais, os sistemas ERP não são desenvolvidos para um cliente específico e procuram atender requisitos genéricos da maior quantidade possível de empresas, justamente para explorar o ganho de escala em seu desenvolvimento. Para que possam ser elaborados, é necessária a utilização de modelos de processo de negócio, os quais são obtidos através da experiência acumulada pelas empresas, ou então elaborados por empresas de consultoria e pesquisa. Os sistemas ERP disponibilizam um “catálogo” de processos empresariais que podem ser usados como referencial para o planejamento e mudança organizacional.
3) Integram os sistemas das diversas áreas da empresa: A integração pode ser definida como uma característica de sistemas de informação que consideram cada parte do sistema, servindo a um departamento específico da empresa, como parte de um único sistema empresarial, e não como uma série de sistemas isolados.
4) Utilizam um banco de dados corporativo: Entre as diversas maneiras de se desenvolver sistemas totalmente integrados está a utilização de um único banco de dados centralizado. Esse banco de dados é conhecido, também, como banco de dados corporativo.
5) Têm grande abrangência funcional: Uma diferença entre os sistemas ERP e os pacotes de software tradicionais é abrangência funcional daqueles, isto é, uma ampla gama de funções empresariais cobertas por estes aplicativos.
6) Requerem procedimentos de ajuste: Todo sistema ERP sofre algum tipo de adaptação para que possa atender a todos os requisitos da empresa.

TERMOS RELACIONADOS AOS SISTEMAS ERP

Souza (2000) e Souza; Zwicker (2007) apresentam ainda alguns termos relacionados os sistemas de ERP, os quais são: a funcionalidade, a divisão em módulos, a parametrização, a customização, a localização e a atualização.
1) Funcionalidade: é o conjunto total de funções embutidas em um sistema ERP, suas características e suas diferentes possibilidades de uso.
2) Módulos: são os menores conjuntos de funções que podem ser adquiridos e implementados separadamente em um sistema ERP. Tais conjuntos de funções correspondem a divisões departamentais de empresas (vendas, financeiro, produção, planejamento da produção, entre outros).
3) Parametrização: é o processo de adequação da funcionalidade de um sistema ERP a uma determinada empresa, através da definição dos valores de parâmetros já disponibilizados no próprio sistema.
4) Customização: é a modificação de um sistema ERP para que este possa se adequar a uma determinada situação empresarial impossível de ser reproduzida através dos parâmetros já existentes. Os custos de manutenção crescem, pois muitas vezes os fornecedores não dão suporte para rotinas altamente customizadas.
5) Localização: é a adaptação (através de parametrizações ou customizações) de sistemas ERP desenvolvidos em outros países para a sua utilização na realidade local de um país (impostos, taxas, leis, procedimentos). Também é conhecido pelo termo “tropicalização” no Brasil.
6) Atualização: disponibilização dos aumentos nas funcionalidades e correções de problemas e erros.

CICLO DE VIDA DE SISTEMAS

Conforme concordam Souza (2000), Souza; Zwicker (2007) e Silva (2006), o ciclo de vida de sistemas são usados para representar as diversas etapas pelas quais passa um projeto de desenvolvimento e utilização de sistemas de informação. Nesse ciclo de vida estão inseridas as diversas etapas: levantamento de requisitos, definição de escopo do projeto, análise de alternativas, projeto do sistema, codificação, testes, conversão de dados e manutenção.
Dois modelos de ciclo de vida podem ser destacados, os quais são citados por Pressman (1995): o modelo clássico (também conhecido como modelo cascata ou waterfall), em que  as etapas são executadas em seqüência uma única vez para cada sistema, e o modelo de prototipação, no qual sucessivas repetições de todas as etapas vão refinando incrementalmente o produto final até que esteja pronto para ser implementado.
O ciclo de vida de um sistema também passa a idéia de uma sucessão de fases de crescimento, evolução e declínio, e que, ao final, deve-se descartar o sistema, pois se tornou obsoleto, e substituí-lo por outro.

CICLO DE VIDA DE PACOTES COMERCIAIS DE SOFTWARE

O ciclo de vida de pacotes comerciais não pode ser tratado como um desenvolvimento interno de aplicações, mas sim de uma aquisição de um pacote de sistema comercial desenvolvido externamente à empresa, e por ter características genéricas para atender diversas empresas, terá que sofrer adaptações durante a fase de implantação (SOUZA; 2000), (SOUZA; ZWICKER, 2007).

CICLO DE VIDA DE ERP

Sistemas ERP apresentam diferenças em seu ciclo de vida quando comparados aos sistemas tradicionais e este ciclo de vida pode ser dividido em três etapas distintas, conforme Souza (2000) e também Souza; Zwicker (2007):

Etapa de Decisão e Seleção
Ocorre uma única vez (um único sistema ERP deve ser escolhido para utilização de forma completa), e para isto a empresa deve levar em consideração os fatores envolvidos na utilização do ERP, fazendo uma análise das vantagens e desvantagens. Importantes tarefas desta etapa são:
a)      Decisão pela utilização de sistemas ERP: a empresa deve levar em conta o alto investimento e o longo período de retorno, por isso o fluxo de caixa nesse período deve ser positivo.
b)      Escolha do fornecedor: comparar alternativas, definir critérios e pesos nessa comparação são algumas ações propostas, assim como a contratação de uma empresa de consultoria para auxiliar durante a implantação.
c)      Planejamento da implementação: definição do líder de projeto, formação do comitê executivo, estruturação das equipes do projeto e a definição do plano geral de implementação fazem parte desta etapa.

Etapa de Implementação
É a segunda etapa do ciclo de vida do ERP (embora o termo seja usado para representar o ciclo completo).
Nesta etapa os módulos são colocados em funcionamento na empresa. É neste momento que são feitas as parametrizações e customizações necessárias, os dados iniciais são inseridos (normalmente via migração de outros sistemas), os processos de negócios são avaliados e remodelados para atender às necessidades do sistema (isto é feito normalmente via a consultoria contratada), equipamentos e softwares utilizados estejam instalados e configurados adequadamente, e também que os funcionários (operadores, supervisores, gerentes) recebam o treinamento necessário para usufruir dos benefícios propiciados pelo sistema. Importantíssimo também é a disponibilização do suporte para o auxilio na operação de qualquer módulo.

Etapa de Utilização
Nesta etapa começa-se a ter uma visão melhor do ERP como um todo, pois, durante a implementação, o esforço era concentrado em aderir o software à organização. Novos modos de usar a tecnologia disponibilizada começam a surgir.
O ciclo de vida de um pacote ERP é representado pela figura colocada na seqüencia.


Figura 1: Ciclo de Vidade um Pacote ERP
Fonte: Souza; Zwicker (2007)

EXPECTATIVAS DAS EMPRESAS

Quando se pensa em ERP, muitos empresários enxergam aí a solução de todos os seus problemas ligados à gestão de empresas, devido às expectativas de que o sistema impulsionará as atividades ligadas ao seu negócio da noite para o dia. As empresas esperam do ERP um pacote mágico que atinja todos os aspectos do negócio, o que corresponde a uma visão distorcida da realidade (BUENO; PIMENTA III; LICASTRO, 2000). Isto ocorre porque é dada uma maior atenção aos aspectos técnicos e financeiros (mensuráveis), deixando de lado os aspectos não técnicos, ligados à cultura e organização da empresa, conforme afirmam Alvarenga (2003), Bueno; Pimenta III; Licastro (2000) e Jesus; Oliveira (2007).

CONCLUSÃO

Para que as pequenas e médias empresas usufruam dos benefícios oferecidos por um ERP é preciso achar um meio-termo entre a simplificação dos processos de implantação, controle mais apurado nos custos do projeto, cronograma objetivo, e treinamento para os usuários-chave sobre os principais conceitos do sistema.
Os sistemas ERP exigem muito trabalho e dedicação dos profissionais envolvidos no processo de implantação, são mais complexos de operar e possuem custos mais elevados que pacotes comuns de software. Em contrapartida, são mais abrangentes, não possuem redundância de informações, integram os diversos setores da empresa, geram informações mais precisas e centralizam as informações em uma única base de dados.
Cabe agora às pequenas e médias empresas aceitarem o desafio e utilizarem uma ferramenta poderosa para a gestão de seus negócios, e também se tornarem mais competitivos no meio de um mercado tão exigente.


REFERÊNCIAS

ALVARENGA, M. L. F. Metodologia para verificação do sucesso na implantação de ERP (Enterprise Resource Planning) baseada nos fatores críticos de sucesso – Aplicação na indústria mineira. 2003. Disponível em: http://teses.eps.ufsc.br/defesa/pdf/10138.pdf. Acesso em 16 maio 2007.

BUENO, A. W. E.; PIMENTA III, D. M.; LICASTRO, F. Sistemas ERP: Requisitos, Desafios e Impactos da Implantação nas Empresas. 2000. Disponível em: http://www.fea.usp.br/ead457/docs/Sem2S99/ERP%20Implanta%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 16 maio 2007.

GUSKUMA, E. A. ERP: A Solução Final?. 1999. Disponível em: http://www.fea.usp.br/ead457/docs/Sem2S99/ArtigoERP.pdf. Acesso em 16 maio 2007.

JESUS, R. G.; OLIVEIRA, M. O. F. Implantação de sistemas ERP: Tecnologia e pessoas na implantação do SAP R/3. 2007. Disponível em: http://www.jistem.fea.usp.br/ojs/index.php/jistem/article/viewFile/65/65. Acesso em 10 set. 2007.

PRESSMAN, R. S.; Engenharia de Software. São Paulo: Pearson Makron Books, 1995.

SILVA, E. M. O. Impacto de Sistemas ERP no Desempenho Empresarial das Indústrias de Transformação da Região Metropolitana do Recife - RMR. 2006. Disponível em: http://www.unb.br/cca/pos-graduacao/mestrado/dissertacoes/mest_dissert_088.pdf. Acesso em 11 set. 2007.

SOUZA, C. A. Sistemas Integrados de Gestão Empresarial: Estudos de Casos de Implementação de Sistemas ERP. 2000. Disponível em: http://www.race.nuca.ie.ufrj.br/teses/usp/Souza.pdf. Acesso em 11 set. 2007.

SOUZA, C. A.; ZWICKER, R. Um modelo de ciclo de vida de sistemas ERP: Aspectos relacionados à sua seleção, implementação e utilização. 2007. Disponível em: http://www.ead.fea.usp.br/Semead/4semead/artigos/mqi/Souza_e_Zwicker.pdf. Acesso em 16 maio 2007.

SOBRE OS AUTORES
  • Oswaldo Ricardo da Rocha Junior: Bacharel do curso de Sistemas de Informação da Faculdade Dr. Francisco Maeda da Fundação Educacional de Ituverava/FE, e professor do curso de Técnico em Informática das ETECs Prof. Alcídio de Souza Prado (Orlândia/SP) e Ituverava (Ituverava/SP).
  • Rinaldo Macedo de Moraes: Professor Mestre da Faculdade Dr. Francisco Maeda da Fundação Educacional de Ituverava/FE.


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

2001: é lançado o Windows XP

2001: é lançado o Windows XP
A Microsoft começou o desenvolvimento de um Gestor de Interface, mais tarde chamado de Microsoft Windows, em setembro de 1981. O Windows só começou a ser tecnicamente considerado como um Sistema Operacional a partir da versão Windows NT, lançada em Agosto de 1993 para atender o mercado coorporativo.
Antes disso, o já chamado Windows, era apenas um sistema gráfico executado sobre alguma versão dos sistemas compatíveis com DOS, como MS-DOS, PC-DOS ou DR-DOS. Vale lembrar que somente o MS-DOS era produzido pela própria Microsoft.
O primeiro Windows, versão 1.01 lançado em 20 de novembro de 1985, surgiu inicialmente como uma interface gráfica para MS-DOS, que permitiu a utilização do mouse, que até então era considerado supérfluo em computadores do tipo IBM-PC.
Depois desta primeira versão a Microsoft lançou várias outras, sendo a que começou a alcançar grande sucesso foi a 3.11, também conhecida como Windows for Workgroups. O Windows 3.11 chegou ao mercado mundial em 8 de Novembro de 1993 e era praticamente a revisão da versão anterior, o Windows for Workgropus 3.10, lançada em 28 de Outubro de 1992, que era praticamente o Windows 3.10 com suporte a rede, fax-modem e correio eletrônico.
Foi nesta época que fui apresentando pelo meu quase primo, o Dr. Galton Albuquerque, ao Windows 3.11. De lá para cá, muita coisa mudou, mas isto fica para outro momento.
Depois surgiu o Windows NT (27/07/1993) – o primeiro verdadeiramente SO, mais voltado ao mercado coorporativo, e o Windows 95 (24/08/1995), um novo Windows que apresentava pela primeira vez o “Menu Iniciar” e a “Barra de Tarefas”.
Em 25 de Junho de 1998 era lançado o Windows 98, que corrigia uma série de falhas de seu antecessor, e uma completa, até então, integração do Sistema Operacional com a internet. Introduziu o sistema de arquivos FAT 32 e o suporte ao USB (Universal Serial Bus).
Em 1999 veio o Windows 98 Segunda Edição, que visava corrigir os bugs de seu antecessor. Em seguida veio o Windows 2000, depois o malfadado Windows ME, e daí então a redenção da Microsoft, com o lançamento de seu sistema Windows XP.
O Windows XP é uma família de sistemas operacionais de 32 e 64-bits.
O nome XP deriva de eXPerience, experiência em inglês. O Windows XP é o primeiro sistema operacional para consumidores produzido pela Microsoft construído em nova arquitetura e kernel (Windows NT 5.1).
O Windows XP foi lançado no dia 25 de Outubro de 2001, e mais de 400 milhões de cópias estavam em uso em Janeiro de 2006.
Foi sucedido pelo malfadado Windows Vista, lançado para fabricantes no dia 8 de Novembro de 2006.
As vendas do XP cessaram no dia 30 de Junho de 2008, porém ainda era possível adquirir novas licenças com os desenvolvedores do sistema até 31 de Janeiro de 2009 ou comprando e instalando as edições Ultimate ou Business do Windows Vista e então realizando o downgrade para o Windows XP.
O fato é que até o final de Maio de 2009, o Windows XP era o sistema operacional mais utilizado no mundo com 61.54% de participação no mercado, tendo chegado a 85% em Dezembro de 2006. Muitas empresas ainda são reticentes em mudar de sistema operacional, visto que o XP atende quase todas suas necessidades.
O novo filho da família Windows, a sua versão 7, foi lançado em 22 de Outubro de 2009, e trilha um caminho de sucesso similar ao XP.
A Microsoft já anunciou para 2012 o lançamento do Windows 8.
A verdade é que, desde 1993 quando fui apresentado ao mundo Windows, eu e milhares de pessoas ao redor do mundo, não sabemos mais o que é viver sem um computador e acesso à internet.